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quarta-feira, agosto 19, 2009

Quem?

- É ele – apontou a recepcionista para o rapaz que acabara de iluminar a sala, deixando os feixes de luz invadirem o ambiente.

Não era preciso dizer. Ela sabia. Antes mesmo de ouvir o aviso, os olhos se encontraram e encararam durante segundos espaçados. Um olhar penetrável, o qual aqueles poucos segundos foram suficientes para deixá-los constrangidos, se desviarem, para em seguida se cumprimentarem: sorriram. Sinceramente.
Mesmo não sendo um dia para sorrisos, aquele olhar a atingiu profundamente e, por causa dessa força, foi capaz de fazer seus dentes respirarem - impossível não retribuir.

Lutava para se manter serena, aparentar boa disposição. Porque sua vontade era não estar lá. Nem em lugar nenhum. Queria desaparecer. Ou melhor: fazer com que a dor desaparecesse...
Aquela estava sendo sua pior semana do ano. Mas ninguém tinha nada a ver com isso. A culpa era inteiramente dela, que se submeteu a tantas flechadas sem a menor proteção, nenhum colete ou escudo qualquer. Foi golpeada, esbofeteada. E para aumentar sua cólica, estava atrasada. Justo ela que preza pela pontualidade, abomina ter que esperar. Era uma verdadeira violência contra si própria.

Chorar. Sumir. Fugir. O que é que estava fazendo ali?

Tudo isso era visível nela. Estava impregnado, não havia como esconder ou maquiar. Não carecia fazer perguntas para descobrir. Nem parecia conveniente. Quando as pessoas estão mal, até palavras de apoio doem. Porque aceitar a verdade é deveras acetoso.



Palavras, palavras, palavras.
Não era capaz de formular uma combinação coerente. Palavras desconexas flutuavam dentro da sua cabeça de coração partido, num balanço descompassado. A pancada foi forte.

Quando começou a dizer coisas óbvias: “você tem que se preparar”, “praticar algum esporte”, não sabia se ria ou chorava. Tudo aquilo era tão certo pra ela. Mas o desgaste emocional e psicológico da noite anterior havia afetado-a demais. O chão se esmiuçou, estava entre escombros, se segurando nas beiradas pra não cair de vez.

Chorar. Sumir. Fugir. O que é que eu tô fazendo aqui? Se perguntou mais uma vez. E quanto mais ele falava, menos queria escutar, e mais gostava. Dele. E de si. Porque percebeu nele o reflexo de si mesma, se enxergava dizendo aquele sermão.

Lembrou do amor construído destruído, do dia que sentenciou “perdi o homem da minha vida”. Mas agora a certeza se dissolveu e reproduziu dúvidas. Certeza mesmo, só lhe restava uma: a de ir embora.
Como se espantasse insetos incômodos, afastava os pensamentos e tentava se concentrar no que sentia. Pois diante de si, sentia uma energia extraordinária, via um ser maravilhoso.
Que(m) seria (ele)?

quarta-feira, julho 29, 2009

Amor simples


Eu quero pegar na tua mão e te levar para passear.
À pé. Sem rumo.

Caminhando e cantando e seguindo o coração.

Parando de súbito e que susto! mostrar alguma coisa inofensiva que esteja sobre uma árvore ou no chão.

E a gente começa a conversar sobre a vida, sobre coisas que ninguém tem coragem de falar de tão íntimas e aparentemente pequenas demais, quase frívolas, mas que a gente leva a sério.

A gente vai discordar em certo ponto e então, no meio do seu melhor argumento eu vou sair correndo, ainda de mãos dadas, te puxando junto comigo.

Vou começar a rir sem parar enquanto você me olha com uma cara de desconcertado, até finalmente se entregar e me acompanhar na risada. Você vai se perguntar internamente se eu faço aquilo por manha ou o quê, e quando olhar nos meus olhos vai enxergar a resposta: não, é assim mesmo, um jeito leve de viver.

Esse jeito que você admira e que em certos pontos até acha exagero ou falta de comprometimento, mas novamente não, os olhos não enganam. É só que você não se acostuma com isso, porque você pensa em cada detalhe, cada palavra, cada possibilidade, criando estatísticas mil na sua cabeça sobre todo e qualquer tipo de assunto, até mesmo sobre nós.
 
E enquanto você mirabola, eu brinco com seu cabelo e desfaço o penteado ridículo que você criou pra tentar compensar a mão pesada do barbeiro, e aí você se dá conta da minha estripulia e - Mas de novo? Que coisa, não para! Pior que criança. Ah, não bagunça meu cabelo não... E eu rio com todo ar dos pulmões dessa sua preocupação boba para deixar o cabelo arrumado, rio feito criança. 

Você me olha com ar incrédulo querendo entender o porquê daquela atitude como pode, como pode? e então eu paro de rir e ficamos nos encarando, um olhando pro outro quando foi que eu te amei? em qual segundo eu me apaixonei? A gente não precisa dizer palavra; eu abro o sorriso e você me dá um beijo e aperta bem forte, pra eu sentir que o seu coração bate por mim naquele momento e tanto você como eu sentimos uma explosão de sentimentos, nossas energias se fundindo, nossos laços cada vez mais fortes você me lembra o oceano, eu me perco em você, eu preciso respirar, a gente sobe à tona e se encontra na superfície, eu quero dizer muita coisa mas é meu jeito simples: eu te amo.



"É na soma do seu olhar
Que eu vou me conhecer inteiro
Se nasci pra enfrentar o mar
Ou faroleiro" - Chico Buarque

terça-feira, março 24, 2009

Sinto muito se sinto muito
Mas o que sinto é tão profundo
Que mesmo assim difuso
Não se deve manter oculto

terça-feira, fevereiro 17, 2009

Me joguei

É irônico. Irônico e torturante. Jamais imaginei que isso fosse acontecer comigo. Era coisa de novela, imagina! Mas voalá! A gente pode (e deve) se preparar para tudo nessa vida. Se a vida é como o mar e vem em ondas, fui pega por uma gigante. Ou me atirei, melhor dizendo.
"A hora do sim é um descuido do não". Sei lá, sei não. Será? E o não, não seria o orgulho do sim? Comigo foi. Orgulho, medo e desejo. Realmente, dessa combinação só poderia resultar uma boa história. Se o final vai ser feliz? Depende. Talvez para algum dos lados. Talvez por um momento. Talvez não. Depende do que a gente vai fazer.

...

O que eu sinto é uma mistura de alegria, agonia, ansiedade... e medo, claro. Alegria porque reconheci o amor. E como é lindo! Esfuziante! Agonia porque tem um obstáculo, e eu posso cair a qualquer momento. Como duas amigas, agonia e ansiedade caminham de mãos dadas. E logo atrás delas, o temeroso medo, que adora me perseguir. Esse passeio vai dar o que escrever.

...

Explosão, um estrondo. Como a queda de uma grande onda, na qual ainda me encontro submersa. Mas não vou morrer afogada. Iemanjá, minha mãe, vou lutar bravamente para voltar à tona; não posso permitir que esse mar revolto me carregue e deixe que eu morra na praia. Eu me arrisquei. Eu quis entrar nesse oceano, mesmo sabendo das suas péssimas condições. Suicida? Pois é, talvez esse seja o grande segredo. Ou talvez eu seja mesmo louca.

quinta-feira, novembro 20, 2008

O primeiro

Considero o primeiro beijo um karma (?) maior que o a primeira transa. Porque, falando difícil, além de ser uma demonstração afetiva sincera, ocorre justamente na época mais encantada de nossas vidas: a juventude. A época em que mais somos ansiosas, entusiasmadas, empolgadas, curiosas e cheeeeia de dúvidas. Quem não conhece alguém que se frustrou depois de dar o primeiro beijo? Que viu o príncipe se transformar em sapo? Ou aquela amiga que ensaiou e se preocupou tanto pra não “fazer feio” e no final foi um desastre? Mas é coisa normal – a gente descobre depois -, com a prática tudo se ajeita.

Posso dizer que o meu primeiro beijo foi fabuloso! Como nos filmes da Sessão da Tarde. Ele era um amigo muito querido meu, tínhamos uma paixão em comum ( o futebol – ah, minha época futeboleira!) e ele me fazia rir horrores. Era mais velho, não era nada galã, mas tinha um sorriso lindo, branco e enorme. Eu sempre achei ele muito legal, mas nunca tinha nos imaginado juntos.

O beijo aconteceu na festa de Halloween na casa de um colega dele. Toda a turma da escola estava lá. Lembro que quase todas minhas colegas já tinham beijado, menos eu. Afinal, a maioria já estava com treze anos. Mas eu morria de medo. Medo de desapontá-lo, medo de não gostar, medo de beijar os dentes dele ao invés da boca. Medo, sempre o medo. Até que um amigo conversou insistentemente comigo e me fez aceitar. "Ok, lá vamos nós."

Eu tremia. Conseguia ouvir as batidas do coração na garganta, enquanto na cabeça milhões de pensamentos confusos desvencilhavam-se de outros sentimentos... Meu amigo me acompanhou até o jardim, onde meu querido me esperava. A tensão era tamanha, que parei no meio do caminho, quis voltar. Mas meu amigo tinha encarado a missão pra valer e não deixou eu vacilar.

Finalmente cheguei! Ele já estava lá, parado, nervoso também (e não era BV, hein). Quando me viu, sorriu com os olhos. Fiquei na frente dele. Ele tentou me acalmar, conversou um pouco e ficamos desajeitados olhando pro outro. Até que pegou na minha mão e puxou meu queixo. Fechei os olhos e descobri que não a boca não é tão difícil de se encontrar. Naquele momento, o mundo se apagou, e a única coisa que senti foi nós dois, girando no universo infinito e vazio. Dentro de mim, uma explosão de sentimentos. Misto de alegria, felicidade e alívio. Quando cheguei em casa, peguei uma caixinha onde guardava todas as tranqueiras que achava importante e escrevi, no verso de uma folha, o dia, a hora e a data do primeiro beijo do meu primeiro amor. Romance total.

A história só não virou conto de fadas porque o final não foi lá tão feliz. No ano seguinte eu partira para outra cidade, e só voltaria um ano depois para uma breve visita. O meu melhor amigo, que também era amigo dele, disse que ele tinha se transformado. Que estava muito mal, abatido, desgostoso. Tinha deixado de ser aquele cara alegre, bem-humorado, sempre alto astral, por quem eu tinha me apaixonado. Fiquei triste. Por nós, mas principalmente por ele.
São coisas da vida, vai entender.

→ Essa eu tinha que escrever! (: Final de ano, pra variar, é corrido. Tô querendo mudar tudo aqui no blog... Vamos ver se a mudança sai logo!

domingo, outubro 26, 2008

Divagação

Procuro a palavra certa,
Que exprima o que reprimo,
Não sei se verbo ou substantivo.

Essa confusão sentimental
Me atormenta, até onde chega
Minha paciência, o quão (in)finito é
Esse amor.

Adorável, adorável!
Perturba meus sentidos,
Nina meus tímpanos,
Habita meu íntimo,
Muda meu ritmo.

Pra quê negar?
Que medo é esse, de amar...
Posso ouvir o que dizes
Quando te pões a calar.
Sob teu olhar decifro
O que insistes em adiar.

Confinamento - só lamento
Constrangimento - seu tempo
Comprometimento - me abstenho
Lento - teu predicado, um adjetivo.
Nem verbo, nem substantivo.

domingo, agosto 24, 2008

Valiosa mas impagável

A amizade é uma das coisas que o dinheiro não compra. Porque, quando ela é real, ter muito ou pouco dinheiro, não faz diferença.
Você ligar pra sua amiga na madrugada, bêbada, falando sobre sua vontade de voltar pro ex ou depois que você briga com seus pais e não consegue parar de chorar, falando nada com nada e ela te atende e te ouve com a maior paciência, pergunta se você está bem, se precisa de ajuda... existe preço pra isso? Pelo zelo, preocupação? São sentimentos que florescem depois de muito tempo de convivência, desentendimentos e entendimentos, de trocas de experiências, depois de construir uma relação de respeito e confiança. O amor que existe numa amizade não pode ser medido. É como um tesouro muito antigo e perdido das fábulas. Tem um valor inestimável. E um preço indefinível.

→ Amizade tem preço?
♥ à todos os meus tesouros (:

sexta-feira, junho 06, 2008

E qual é a intenção?

Não sei se é porque eu sempre passo esse dia sozinha - ou porque, no único ano em que eu estava namorando, dei um presente super criativo e ganhei nada-, ou porque sei que é só mais uma data que os comerciantes e marketeiros criaram pra poder vender perfumes e celulares com coraçõezinhos estampados. Talvez seja por todos esses motivos que eu DETESTO esse dia. É mais um exemplo explícito de como nos tornamos submissos ao mercado. De como comercializaram o amor. Se aproveitam da vontade de agradar dos apaixonados, pra lucrar em cima.
O alto número de vendas no dia 12 de Junho não quer dizer que as pessoas estejam se amando mais, que elas estejam mais felizes. Porque uma estatística não reflete a situação de cada um. Não significa que uma pessoa realmente ame a outra. Significa apenas que o marketing desse ano deu certo, e que as pessoas continuam gastando.
Ver todos sentindo-se obrigados a presentear a pessoa com quem se está junto, me causa náuseas. Porque se tornou uma conveniência! As pessoas se sentem desconfortáveis, deslocadas se não participam desse ritual. E aí, torna-se mais importante dar o presente mais caro e diferente que celebrar o amor. Acaba-se a essência. Que ponto ridículo chegamos, não?
A melhor maneira de demonstrar nosso amor a alguém é nas pequenas ações do dia-a-dia. E os melhores presentes são aqueles que compramos porque lembramos da pessoa, que sabemos que ela vai gostar. Não importa se é um simples cartão, não importa quanto custou. E não há data específica para se presentear. Porque o que realmente importa é intenção. E tenho (muito) dito.

→ Pauta para o site do TDB da Capricho.
E nesse dia dos Namorados eu vou ME presentear. Afinal, sou enamorada. Namorada da vida. (:

quinta-feira, maio 15, 2008

Por um final feliz


A princípio não passava de mais uma manhã normal, rumo à faculdade, na mesma rotina de todos os dias da semana. E aí, uma surpresa. Não especificamente para mim, mas que me surpreendeu e emocionou.
Marcos fazia declarações à sua amada, pedindo que voltasse a ser 'feliz' juntos. Os pedidos foram escritos em cartazes e colados nos postes da rua que nos conduz do metrô à universidade.
É difícil pensar em casamento hoje. Difícil imaginar os jovens, cada vez mais individualistas, que buscam somente o próprio conforto, prazer e prosperidade, dividindo a vida com alguém, compartilhando. Se já é complicado namorar, que dirá casar? Responsabilidades dobrada, conviver e respeitar o espaço do outro... enfim, não é fácil.
Podemos atribuir isso à nova cultura em que vivemos. A popularização do Créu, as novelas cada vez menos idealistas e derivados, formaram novos costumes. Foi-se o tempo em que ser romântico era bem visto pela sociedade de um modo geral. Hoje, o romântico é careta. Cinderela, Bela Adormecida e Branca de Neve?! Todas ultrapassadas com suas carruagens e vestidos rodados. O carro-chefe das histórias, que nos faziam sonhar e idealizar um casamento fantástico e um final feliz, está sumindo.
Mas aí aparecem Marcos, resgatando essa chama tão bonita, desvaindo-se da promiscuidade em que estamos rodeados. Mostrando que o amor é possível, sim. E que a demonstração pública dele não tem nada careta. Porque no fundo, no fundo, todas nós queremos viver um sonho, todas nós queremos um amor de conto de fadas.


→ Pauta para o TDB.
Romântica? Pois é. Não há como - nem porquê - negar. Das princesas da Disney, sou mais a Pocahontas. hahaha

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Sexo antes. Amor depois.

Apesar de vivermos num mundo moderno, a mentalidade da sociedade ainda se sustenta em idéias ultrapassadas.
Essa idéia de que mulheres devem se preservar até se casarem, fazer sexo só com amor (e com o marido) é prá lá de conservadora e autoritária. Uma imposição de uma época onde a mulher sequer podia trabalhar, que dirá poder ter a liberdade de fazer suas próprias escolhas ou satisfazer suas vontades.
Porque sexo é isso: o desejo, a vontade e a ESCOLHA.
Cientistas, filósofos, todos os tipos de pensadores estudam e avaliam nosso comportamento sexual. E já chegaram à inúmeras conclusões.
O fato é que o sexo é instintivo, é o percurso natural para a procriação. Pode soar esquisito, mas é assim que as coisas são. A tal "química" que sentimos quando somos atraídas por alguém é explicada pelos médicos, que relacionam os neurohormônios diretamente a esse desejo de transar, de ter o outro como objeto. Como o ser-humano não é tão simples assim - e aí entram as teses de Freud, com o ego, superego e id -, ficamos perdidas diante de tantas dúvidas. Geralmente essas dúvidas são sinônimo de insegurança. E é isso que empaca nossa vida. Tenha a certeza de que você quer, de que ele é um cara legal (não vá querer transar com o primeiro mané da esquina e querer se sentir realizada depois). Seja responsável e esteja confiante antes de fazer. Porque senão vai se arrepender e não vai conseguir ter prazer: que é justamente o que o sexo propõe - e proporciona. Pois é a partir do sexo que pode surgir o amor: quando você fica com uma pessoas e pensa na outra, quando quer estar perto, quando quer participar da vida do outro. Não tenha medo de amar, não tenha medo de viver.


"Vai, vai, vai, vai amar
Vai, vai, vai, vai sofrer
Vai, vai, vai, vai chorar
Vai, vai, vai, vai VIVER!!"

Vinicius de Moraes ( quem melhor do que ele, que casou 9 vezes, sabe mais do que paixão e amor?? haha) http://br.youtube.com/watch?v=I7SGgf5vaNc

A vida é isso: amar, sofrer, chorar. Já disse outro poeta: "Se não queres sofrer, desista de amar." Se joga (de olhos abertos, tá?)!!!