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terça-feira, abril 06, 2010

Frio por Henfil


Hoje foi um daqueles dias em que a gente atrasa ao máximo para levantar da cama.
Dormi e acordei com a chuva caindo lá fora. Faz duas semanas que o outono começou (teoricamente), mas a chuva e o frio só chegaram há três dias – mais para inverno do que outono. Ficar quentinha debaixo das cobertas parece ser a melhor opção. Pelo menos é isso que o corpo sente.

Com muito custo e tendo atingido o nível máximo de enrolação possível, finalmente me entreguei à rotina. Fiz uma série de exercícios para aquecer o corpo, troquei o pijama quente por uma calça de moletom e a única blusa de frio que trouxe. Este lado de Minas Gerais em que estou é alto e por isso bastante frio, mas não esperava este frio.

Uma pilha de roupas e livros esperavam que eu os guardasse em algum lugar. Abri uma das caixas de livros e me deparei com uma série de exemplares do Fradim, criação de Henfil.

Por coincidência – ou não -, abri uma edição (número 19 – Maio/Junho 1977) na qual Henfil reproduz uma carta que escreveu para seus amigos e parentes durante a época em que morou em Nova Iorque. Na carta, que vou compartilhar com vocês, ele descreve um dia de nevasca na Big Apple, e como o frio aproximava e desmecanizava as pessoas. Critica o afastamento com a natureza, a automatização a qual estavam se entregando... enfim, apesar de datar 1973, a carta é tão atual como há 33 anos atrás.

CARTAS DE UM SUBDESENVOLVIDO
Durante os dois anos em Nova Iorque (73-74), eu escrevi perto de 600 cartas para os amigos e família. Nelas eu contava minha traumática via-sacra pelos hospitais americanos e os detalhes de minha experiência num sindicato distribuidor de quadrinhos. As cartas foram recuperadas e sairão com todas as imperfeições do meu subdesenvolvimento intelectual e gramatical.

New York, 19 de dezembro de 1973

Zéduardo, mano velho.
Parou de nevar, mas a rua ainda está coberta pelo lençol branco e danado de bonito. Tá virando lama em alguns lugares, principalmente onde passam os carros. Não seria o caso de se proibir a circulação de carros durante as nevadas? Eles estão sujando o maior espetáculo da terra. Não é a neve que é shit, shit é o que os automóveis fazem com ela.

Pois hoje de manhã saímos eu e Bê no meio do gelo. Fomos até o Central Park ver a neve na floresta que tem lá. Uma beleza rapaz. E alguma coisa acontece na gente, nas pessoas, no metabolismo nosso. Todo mundo parece mais comunicativo, há uma alegriazinha infantil no ar, nas gentes. Talvez seja porque a gente se integre novamente na natureza. Talvez só a neve, to pensando nisto agora, só a neve consiga vencer a cidade, a tecnologia, o artificialismo, os carros, enfim o pré-moldado em que transformaram a cidade onde vivem os homens. Ela pára os carros, quebra os horários, desracionaliza tudo. De repente parece que o piloto automático que tudo comanda é desligado. E o controle passa pra gente. Você tem que, com as suas mãos, limpar a rua, os caminhos onde vai passar, a porta da casa, tirar o gelo que cobre os carros.

Deixa ver se eu consigo explicar mais: quando chove, a cidade absorve a chuva, engole a água pelos seus bueiros e praticamente o tal piloto automático continua nos dirigindo. Mas a neve não. Não há escoamento. Ela vem e impõe seu esquema de vida. Você tem que lidar com ela pessoalmente. Se vestir pra ela. Abrir caminho por ela. Deixar de tomar o avião no horário por causa dela. Chegar atrasado no serviço por causa dela.

Me contou a Bê que sentiu a mudança no ônibus. Em geral é aquele silêncio. Pode estar cheio que as pessoas não se olham nem se falam. Vem a neve, dia de neve, o motorista do ônibus fica falante, há conversas entre os passageiros. Notou ela inclusive algumas pessoas assobiando ou cantalorando (nunca vi um americano assobiando na rua) (só negros, claro!). Sabe, você entra numa loja, lá dentro quentinho, é bom e você sente necessidade de falar com os que tão dentro: brrr que frio! Ou então: que quentinho aqui... E mesmo se não disser nada, comunicará com os olhos a sensação. Importante: você está sentindo o corpo. Hah! Outra prova do desligamento do piloto automático. Quando a gente anda é automaticamente. Ninguém pensa: estou andando. É mecânico. Mas com a neve não, Zé. Você tem que controlar passo por passo. Controlar o equilíbrio para não cair. E você vai seguindo as pegadas dos outros, observando as trilhas dos passos em busca do mais seguro.

Agora, mano velho, é frio! Putisgrila. Como é frio. Você pode estar vestido de tudo, a gente tava com capotão, dois suéteres por baixo (além da camisa), 2 a 3 meias de lã ( o pé fica enorme) dentro da bota acolchoada, ceroulas ( tive que comprar uma, fica ridículo, mas não tiro ela por nada, só a calça não dá) e luvas, que não adianta. Importante: tem que usar um gorro de lã na cabeça. Daqueles que só dão pra deixar os olhos de fora. E mais cachecol de lã. Pois bem, com tudo isto dá pra agüentar vamos dizer que uns 20 minutos andando (parado? nem pensar) na neve. Aí, Zé, cê começa a congelar, irmão! De repente você sente que o pé tá meio dormente. Tenta mexer os dedos e nota que tão ficando duros. As mãos também. Quando dá conta parece que tá gelando dentro da gente. Que o peito tá congelando. A respiração começa a ficar pesada. Que pânico, siô. Nem pensamos. Com o joelho ou sem joelho, comecei a correr. E mesmo assim não dava. Tivemos que nos enfiar no primeiro bar aberto (quer dizer, fechado e quentinho) e tirar as luvas pra ver as mãos já azulando, Zé! Solução é abrir uma torneira e molhar as mãos na água fria (em relação à temperatura da mão a água tá quentinha) e tratar de beber o que for quente. Depois desta epopéia (uns 8 quarteirões só, Zé) o negócio era chegar em casa, tirar os 10 quilos de roupa e entrar na banheira quente. É o céu, mano!

O Francis, me vendo no início do inverno vestido feito carioca na base do sapato sem meias, vivia me avisando: cuidado que você pode ter uma gangrena e vai ter que amputar os pés! Acreditei? Mas agora acredito. Minhas mãos estavam azuis, Zé!

Em casa a gente fica de bermudas, sem camisa. O aquecimento é perfeito, único problema é que resseca a gente. Não só a pele como o aparelho respiratório que chega a ficar ferido. Aí tem que ficar passando creme nívea e comprar um vaporizador pra humidificar o ar na hora de dormir. De vez em quando o gostoso era desligar o aquecimento pra poder dormir de cobertor, pra poder sentir o frio. Aí o que agüentava era o edredon que a dona Filhinha nos deu. Mas isto só quando a temperatura não estava muito abaixo de zero. Alias, não sei se a informação é certa, mas só neva a zero graus. Mais de zero e menos de zero não neva. E acredite: zero graus é agradabilíssimo. Claro, se não tiver neve.

Percebe? De repente você assume o comando da sua vida. Sua sobrevivência (mesmo) não é mais automática. Você tem que controlar tudo. Estocar comida pra sair o menos. Planejar a saída em termos de roupa. Comprar lenha pra lareira. Estocar óleo pro aquecedor. Vigiar os passos no chão traiçoeiro. E aí me lembro daquele livro do Vianna Moog (Bandeirantes e Pioneiros) onde ele compara a formação do Brasil e dos EUA. Uma das coisas que ele coloca como tendo favorecido aos EUA é a existência da neve. Ela obriga a uma sociedade mais organizada, planejada. Porque se não planejar vão morrer simplesmente no frio do inverno. No Brasil, como não tem inverno, não haveria nenhuma necessidade premente de planejar. Sacumé? Quando acaba a comida a gente providencia. Nos países com neve não. Se não planejou, no inverno não dá pra arrumar nada. Nem comida, nem calor, nada. E já pensou? Planejamento para 3 meses? Aí, o resto acaba se organizando também. Sei lá se isto tem profundidade científica. Só sei que quem não for formiga aqui, morre cigarra.

Por falar em o frio mata, fiquei sabendo pela Kim que só nos edifícios do centrim de Nova Iorque que tem o aquecimento central. No resto, em grande parte da cidade, cada um que se vire. Ou lareira ou aquecedor a óleo dentro da casa. E me disse ela que no Harém e no bairro porto-riquenho não tem é nada. Os caras pra dormir se viram é na base do cobertor! Como? Ela disse que eles reforçam os cobertores com folhas de jornais. Que a cama vira um acolchoado de jornais. Aí conseguem agüentar a barra. E mesmo assim há casos de gente morrendo de frio dentro de casa. E mais, Zé. Como não tem dinheiro pra comprar roupas boas e portanto eficientes contra o frio, eles se enchem por dentro das blusas de jornais. Em lugar de 2 ou 3 meias, jornais... haja N.Y. Times! A pensar que eu mais Bê desligamos o aquecimento só pelo prazer de sentir um friozim...

segunda-feira, junho 15, 2009

Profecia ripada

Imagem da cidade de Caxingó (PI)


"Salve o povo Xucuru

Na cumeeira da serra Ororubá o velho profeta já dizia
Uma nova era se abre com duas vibras trançadas
Seca e sangue
Seca e sangue*

Herdeiros do novo milênio
Ninguém tem mais dúvidas
O sertão vai virar mar
E o mar sim
Depois de encharcar as mais estreitas veredas
Virará sertão (...)"

Trecho da música "Profecia (ou testamento da ira)" de CFE

*Profecia do Pajé Cauã (extraído do livro Lampião Seu Tempo e Seu Reinado, vol. 1, Frederico Bezerra Maciel)


Quando Santa Catarina foi atingida e destruída pela enchente no ano passado, o Brasil inteiro fez sua colaboração. Mas e Piauí e Maranhão, porque ninguém quer ajudar??

domingo, maio 10, 2009

Mamães e domínio


Charge do Fausto. Copiado do site http://www.acharge.com.br.

Parece que o jornal Folha de São Paulo proibiu o site de postar as charges do Angeli, Jean e Glauco. O mais puro exemplo do concentração de poder. 

quinta-feira, março 12, 2009

A bola e o gol

Declaração de Mano Menezes ontem, em entrevista coletiva, comentando a vitória do Corinthians (vinda, mais uma vez, dos pés de Ronaldo) contra o São Caetano:

"(...) A gente sabe que, se a bola chega na frente, as chances de fazer gol são grandes"



Opa! Concordo plenamente! Mas... ahn... a qual bola ele se referia?

Adoro coletivas.




P.S.: Apesar de ser são-paulina, não posso deixar de assumir que os dois gols corinthianos foram belíssimos, principalmente o de Ronaldo
P.S.S.: Acredito que em breve ele volta a ter um bom condicionamento.
P.S.S.S.: Mil anos que não postava nada sobre futebol aqui. Mas é que Ronaldo trouxe de volta para os campos brasileiros a imagem do jogador que veste com paixão a camiseta do clube que representa. Imagem que sumiu do cenário futebolístico brasileiro há alguns anos, onde a esmagadora maioria de jogadores que atuam hoje, se preocupa apenas em se ascender na carreira, ir para a Europa, faturar milhões e virar cartola. Bem-vindo de volta, Fenômeno. Os apaixonados por futebol agradecem.  

sábado, março 07, 2009

Acredita

Vai parecer exagero, mas conforme o título: acredite. (Aliás, esse título vai ser o mote de todas as trajetórias) Tenho verdadeira história com a CAPRICHO (que bonitinho). Vou contar. (:

O ínicio
Na época em que Skank era o maior sucesso com o recém-lançado MTV Ao Vivo e legal era assistir (e ser) Chiquititas, eu comecei a ler CAPRICHO (que mamãe comprava - eu não tinha 'mesada' - ou que eu emprestava de alguma amiguinha), para ficar antenada nos assuntos que me importavam. Foi a CAPRICHO que serviu como modelo para o meu grupo da sétima série criar uma revista - tiramos a nota máxima na sala. (:

Assim, quando meu pai comprou uma revistaria no centro da terceira cidade que eu morei (pois é, verdadeira nômade), não hesitei nem fiz corpo mole para ajudá-lo (e mesmo se fizesse, teria ido na marra). Lá eu poderia ler todas edições! Foi aí que comecei a colecionar essa senhora (pra quem não sabe, a CAPRICHO tem 57 anos !! ) com corpinho de adolescente e a participar, mandando e-mails comentando as matérias. Alguns dos meus comentários foram publicados. E a vontade de participar foi crescendo...

Edição Março de 1987. Eu estava prestes a ser concebida...

Mesmo depois que a revistaria virou livraria-sebo, me mantive fiel à leitura da revista. Com a invenção do projeto do meu pai, "O Livro que Anda" (você levava um livro seu, pagava um real - dependendo do livro - e trocava por outro. Depois você fazia o que quisesse com ele, trocava de novo, ou deixava nos bancos da praça pra alguém ler), mandei um e-mail para a redação, que gostou da ideia e resolveu fazer uma materiazinha.

A partir daí, pensei: "Quer saber? Não é difícil como eu pensava. Basta a gente acreditar e ir atrás." Então, não é surpresa dizer que quando o Tudo de Blog surgiu, me inscrevi.


O Tudo de Blog, pra quem ainda não sabe, é um grupo de garotas (e agora garotos) escolhidos pela editora pernambucana Nathalia Duprat para colaborar... escrevendo! Escrevendo sobre as pautas propostas (na qual muitas nós que propusemos - olha a democracia) pela revista. A cada edição, 3 textos são escolhidos e publicados. E ainda há espaço para mais algumas indicações (com tantos textos bons, 3 é judiação). No final do ano, o/a autor/a do melhor texto ganha um estágio na redação da CAPRICHO, em São Paulo, enquanto as outras 4 melhores recebem assinatura de 6 meses da revista.
Quando saiu a divulgação na revista, vi no TDB a chance de poder expressar minha opinião, minhas ideias. Mas, com tantos blogs bons por aí, entrar ia ser difícil. Mas não custava tentar. (Acredita!) Mal me contive quando fui selecionada. Reativei um dos inúmeros blogs que tive, e passei a exercitar minha escrita (e como era ruizinha hahaha).
Foi uma verdadeira escola para mim.
Fazer parte de um grupo tão grande, com mais de cem meninas talentosíssimas, de todas a partes do país, é um privilégio. E um prazer. Por todas (ou a maioria) serem muito jovens, vivas, há uma efervescência de ideias, que sempre resultam em novas e criativas invenções. O TDB deu muito certo e merecia mais destaque. Foi aí que ganhamos um espaço no site. A partir de então ficamos incumbidas em escrever para as duas mídias. O que não incomodou ninguém. hahaha
Prêmio incalculável
Acredito que ninguém entra no TDB com a intenção de vencer. O mais legal é participar, ver seu texto publicado, interagir e crescer. Foi assim comigo. A ideia de vencer estava longe. Fui apenas me desenvolvendo no decorrer das pautas. Passava por uma fase de mudanças drásticas na minha vida. Estava decidida a voltar para São Paulo, buscar meu sonho, fazer minha vida. E foi o que fiz. Mesmo sem internet (aliás, dos 3 anos que participei do TDB, 2 eu acessei em lan-houses. Escrevia em casa - ou não - e ia para a 'net'), fazia o possível para postar. (Acredita!)
Quando recebi o e-mail da Luise informando que eu tinha vencido o concurso, a vontade foi de berrar. Gritar, esvaziar o peito. Cheguei a ligar para uma amiga, mas ela não atendeu o celular. Saí imediatamente da lan house para poder contar a novidade pro pessoal que trabalhava comigo. 2007 foi o ano que passei Dezembro inteiro dentro de loja. Só que não como consumidora, como vendedora. hahaha Na véspera do feriado, fui "almoçar" às 17h. Tudo para garantir uma comissão boa, conseguir fazer minha matrícula na faculdade de jornalismo.
Negócio da China
Quando a Nathy nos contou sobre a novidade, ficamos animadas e muito honradas! Seríamos apoiadas pela Always, a marca de absorventes. Cada uma receberia em casa um kit. Em troca, no selo que determina que somos colaboradoras CAPRICHO, seria agregado o logo da marca. Coisa simples, né? Mas cada blog, dependendo, chega a ter mais de 500 acessos por mês. Quando um texto é publicado no site ou revista, só em um dia pode chegar a ter mais de 300 pagesview. Multiplique esse número por 100. Pois é, para um anunciante é uma ótima estratégia de Marketing.
Esperamos ansiosamente por nossos kits. Depois de quase dois meses (?), recebemos as encomendas. Foi decepcionante. Dois absorventes para cada blogueira, sendo um deles um protetor diário (quem raios usa isso?!?!). Que tipo de apoio/recompensa é essa? Não contentes, deixamos expressos nosso descontentamento e frustação. Então, a Gil da redação, tratou de arrumar a casa. Foi a própria Gil quem escolheu e assinou mais de 100 cartas pedindo desculpas. E dessa vez, um kit digno: caderno, legging e cartela de adesivos CAPRICHO. Justiça feita. (Acredita!)
Amizade
Participar do TDB não é apenas "ser da CAPRICHO". Eu afirmo com convicção: nunca estive num grupo tão legal e unido antes. E ter outro igual vai ser difícil. Incomparável. Mesmo sendo a internet um meio tão impessoal, as tudodebloguetes se sintonizaram de tal forma que daí surgir amizades foi natural. Mesmo com mais de 1.000 km de distância e ideias nem sempre equivalentes. Vou sentir muita falta de participar dos fóruns na comunidade do orkut e de receber os e-mails da Nathy. Mas não é porque saí do o grupo que vou deixar a amizade acabar. Até porque, se é amizade mesmo, não acaba nunca.  
Por isso, quando você vir um selinho colorido e fofinho escrito "colaboradora CAPRICHO" em algum blog, acredite: esse blog é dos bons.
Um beijo à todas minhas ex-colegas e amigas tudodebloguetes (que estão na lista ao lado - ou não); um especial à Gil, que cuidou do assunto com tanto carinho e à melhor chefa que já tive na vida. (:

segunda-feira, agosto 04, 2008

Chata, eu?

Esse post vai ser bem verde (e chato).
Sempre estive engajada em projetos sócio-ambientais. Talvez pelo fato de ter crescido rodeada de muito mato. De ter dado aula (entenda brincar de escolinha no bosque) para as formigas. Ter brincando na lama. Comendo as frutas e verduras que plantava no "quintal" da chácara. Por toda a influência que meu pai, na época paisagista, exercia sobre nós.
Foi ainda pequena que aprendi o valor que cada elemento da natureza tem na nossa vida. Desde a abelhinha e o vento que transporta o pólen das flores, fazendo a polinização, até a importância das árvores para equilibrar o quociente CO² e O². Plantei árvores, flores, semeei, cuidei, vi nascer e crescer. Vi a vida acontecer (e também desaparecer).
Toda essa consciência ecológica, fez de mim o que se pode chamar uma verdadeira "ecochata". Jamais jogo papel no chão. Procuro usar papéis recicláveis nos meus trabalhos, doou meus jornais à quem vá reutilizá-los, gosto de valorizar o trabalho de quem também recicla. Já participei até de um grupo de reciclagem na escola. Fizemos peças de artesanato com materiais recicláveis, passamos nas classes explicando o processo pelo qual cada material passa para se fazer um novo... e, nosso maior trunfo: ganhamos da prefeitura uma lixeira de coleta seletiva para a escola.
Mesmo morando numa cidade cosmopolita tão poluída e cheia de construções de concretos e asfalto como São Paulo, não deixei de participar de projetos desse tipo. Já plantei mais de 400 árvores ( pra ser exata, 404) pelo site Clickarvore. Nele, você “planta” uma árvore por dia, com apenas um clique. E a cada muda plantada, você pode ver pra onde ela foi, e acompanhar como está o plantio. Não é a mesma coisa que colocar as mãos na terra, CLARO, mas já é alguma coisa.

E por falar em verde, e mato, e natureza, recebi o selo abaixo do blog http://www.mar-celle.blogspot.com/ (adorei o nome haha). Quem começou com essa história, foi o site http://www.votenoronha.com.br, que está fazendo uma campanha para que Noronha se torne uma das 7 (que não são mais 7) maravilhas do mundo. Tenho que indicar mais 5 blogs. E eu escolho...



Lidia

Ane

Ana
Milena
Giuliana









Srta. Giuliana, a última citada, também me deu um selo que não tinha repassado. Pois lá vai:




Dee

Pud
Bel
Chai



O selo de Noronha é bem burocrático. Daí, pra evitar conflitos, preferi colar o regulamento aqui. Desculpem a chatice.

REGULAMENTO

1. O selo só será entregue por meio de indicação no blog e informativo por meio de comentário em postagem nos blogs indicado
2. Aquele que receber o Selo Esse blog é uma maravilha deverá respeitar as seguintes instruções: a) Publicar postagem referente a premiação;
b) Na postagem, obrigatoriamente, divulgar sobre a candidatura de Fernando de Noronha como uma das 7 maravilhas naturais do mundo;
c) Divulgar o site http://www.votenoronha.com.br/ como o local para votação;
d) Divulgar o Blog que lhe indicou
e)Indicar 5 ou mais blogs para receber o selo de certificação.
3. O Candidato premiado poderá criar um banner do site de votação para Fernando de Noronha como maravilha natural do mundo.

quarta-feira, julho 09, 2008

Vou de táxi?

É, sou contra essa Lei Seca. Mais uma vez, uma medida pra se tapar o sol com a peneira! Já falei sobre isso aqui. É bem típico do brasileiro.
Que tipo de país vivemos? Democrata não pode ser, tendo uma lei tão rígida e autoritária como essa.
Nosso maior problema é ser governado por pessoas que não pensam como a maioria, pensam apenas na parcela mínima desse país. Parcela essa que pode beber litros de uísque, vodca, champagne e voltar pra casa altas horas pagando um táxi (quando não dispensam o motorista). Uma parcela pequena, certo? Porque, eu não sei você, mas eu não tenho condições de pagar um táxi pra voltar do barzinho/ balada até a minha casa. Até porque moro longe dos “points”. À pé é que não dá pra voltar mesmo. A solução seria voltar de ônibus e/ou metrô. Mas esses não funcionam 24hs. E aí? Dane-se nós, então? Fiquemos em casa assistindo “Intercine”, "Supercine", fuckincines na Globo?
Não vou tomar partido também dos provocadores de toda essa polêmica. Se há uma coisa nessa vida que eu prezo é a vida (desculpem a redundância). E quem bebe abusivamente e dirige, colocando a vida das outras pessoas em risco, deveria ser linchado. Mas pelos próprios amigos. Se você é realmente amigo, e vê que o cara ta passando do limite dele, chega e pede pra ele parar. Ou dirija no lugar dele. É simples. Isso se chama consideração e consciência. Mas não, hoje a galera concorre pra ver quem “encharca” mais. Ou não querem "estragar o barato" do amigo. Preferem não estragar o barato e deixar que a pessoa cause ou sofra um acidente trágico (às vezes é patético), estragando a vida das próprias famílias.
Também não vou nem comentar dos policiais corruptos, que usam a rigidez da lei pra subornar-nos e lucrarem com isso.
É uma bola de neve que parece que não acaba nunca. :S

→ Eu reescrevi porque no outro texto eu tinha colocado o Kassab como personagem principal. Não sei de onde tirei a idéia de que foi ele quem aprovou a lei. :S Mas a foto dele coçando o nariz tinha ficado engraçada.

domingo, maio 18, 2008

Peneira furada


O Brasil, desde sempre foi regido sob medidas provisórias. Mais de 500 anos se passaram e nossos governantes ainda não conseguiram se livrar dessa péssima herança portuguesa. Estamos sempre tapando o sol com a peneira ao invés de buscar uma solução definitiva, de consertar a raiz do problema. E a maioria desses problemas é decorrente de uma educação precária.
O governo entrega gratuitamente camisinha para que a população se proteja; pra quem não se proteje, ele dá a pílula do dia seguinte; quem engravida, ele dá a bolsa família. Uma sucessão de ações inócuas.
É o que acontece com o sistema de cotas. É uma subdivisão cultural indireta, imperfeita e oficializada. Beneficiar um grupo específico só porque, segundo estatísticas, são os que têm menor renda e, sendo assim, menor chances de conseguir estudar numa faculdade a fim de terem qualificação para competir no mercado de trabalho? Hipocrisia, racismo!
Quantos brancos que são pobres e têm que estudar em escola pública? As suas chances de entrarem numa faculdade são menores ainda, porque não entram nas cotas. E então têm que buscar outras formas de conseguirem manter o estudo, como financiamentos e etc.
Todos sabem e reconhecem que o ensino público está decadente. O estudante - seja ele negro, branco, pardo ou amarelo - não recebe estímulo para estudar. A maioria freqüenta as aulas porque precisa do diploma para acrescentar no currículo. Não conseguem idealizar um futuro pra si próprio, não vêem outra alternativa a não ser seguir o mesmo rumo do pai, da mãe ou se espelhar em algum amigo bem-sucedido.
Dar vantagens para os negros pode ser uma forma de tentarmos nos redimir com o passado, mas não passa de mais uma medida provisória e sem futuro.

→ Pauta sobre cotas para o TDB.

sábado, abril 12, 2008

Pão, Circo e Sangue.


Eu sou uma pessoa muito pacífica. Nunca levantei a mão pra ninguém que não fosse minha irmã. Detesto brigas, evito discussões, não fico assistindo baixaria na rua. Aliás, baixaria pra mim é nego vendo o outros brigarem e não fazer nada.
Lembro bem de uma cena assim, que presenciei quando era pequena. Dois caras estavam brigando num ponto de ônibus. Estavam sangrando, os dois embolados, e todo mundo olhando. Fiquei indignada com aquilo, com a inércia das pessoas. E se fossem algum parente delas? Duvido que conseguiriam ficar de braços cruzados.
O fato é que parece que as pessoas se tornaram muito frias, que ninguém se sensibiliza com nada nem ninguém, só com o próprio umbigo.
Mas aí acontecem crimes com o do menino Hélio, o da menina de 12 anos que foi torturada, e o já saturado caso da menina Isabella, e a mídia pega e os transformam em atração principal, destaque da coluna social. Será que os donos dos jornais e tevês se deram conta da frieza com que algumas informações são tratadas pelo povo e, por isso, estão fazendo tanto alarde? Ou será que está tão difícil de buscar novas notícias? Pior: será que estão alimentando nossa sede de "sangue"? Pois é o que dizem, não? O ser humano gosta de pão, circo e SANGUE.
Sinceramente, acho que essa sensacionalização não serve pra nada. Ao contrário, só piora a situação. Pois será que as pessoas vão ser mais solidárias com as outras? Será que bandidos vão pensar duas vezes antes de matar? Será que corruptos vão deixar de roubar do povo pra investir mais na segurança e na educação? Será que, finalmente, os jovens vão parar e pensar na responsabilidade que é ter um filho antes de transarem sem camisinha?
As emissoras agem como as pessoas que estavam assistindo àquela briga de rua: só filmam, não fazem nada pra impedir. Chega de ficar de braços cruzados. Resgatemos o espírito paz e amor! :D

→ Pauta pro site da Capricho sobre barbárie.
Sobre o caso Isabella: Já era difícil assistir tv aberta brasileira. Com esse caso, então, impossível. E o Aqui Agora que acabou? haha Será que um dia a tv do Brasil vai ter qualidade de verdade?!!?

ando bem revoltada ultimamente. haha