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quarta-feira, julho 29, 2009

Amor simples


Eu quero pegar na tua mão e te levar para passear.
À pé. Sem rumo.

Caminhando e cantando e seguindo o coração.

Parando de súbito e que susto! mostrar alguma coisa inofensiva que esteja sobre uma árvore ou no chão.

E a gente começa a conversar sobre a vida, sobre coisas que ninguém tem coragem de falar de tão íntimas e aparentemente pequenas demais, quase frívolas, mas que a gente leva a sério.

A gente vai discordar em certo ponto e então, no meio do seu melhor argumento eu vou sair correndo, ainda de mãos dadas, te puxando junto comigo.

Vou começar a rir sem parar enquanto você me olha com uma cara de desconcertado, até finalmente se entregar e me acompanhar na risada. Você vai se perguntar internamente se eu faço aquilo por manha ou o quê, e quando olhar nos meus olhos vai enxergar a resposta: não, é assim mesmo, um jeito leve de viver.

Esse jeito que você admira e que em certos pontos até acha exagero ou falta de comprometimento, mas novamente não, os olhos não enganam. É só que você não se acostuma com isso, porque você pensa em cada detalhe, cada palavra, cada possibilidade, criando estatísticas mil na sua cabeça sobre todo e qualquer tipo de assunto, até mesmo sobre nós.
 
E enquanto você mirabola, eu brinco com seu cabelo e desfaço o penteado ridículo que você criou pra tentar compensar a mão pesada do barbeiro, e aí você se dá conta da minha estripulia e - Mas de novo? Que coisa, não para! Pior que criança. Ah, não bagunça meu cabelo não... E eu rio com todo ar dos pulmões dessa sua preocupação boba para deixar o cabelo arrumado, rio feito criança. 

Você me olha com ar incrédulo querendo entender o porquê daquela atitude como pode, como pode? e então eu paro de rir e ficamos nos encarando, um olhando pro outro quando foi que eu te amei? em qual segundo eu me apaixonei? A gente não precisa dizer palavra; eu abro o sorriso e você me dá um beijo e aperta bem forte, pra eu sentir que o seu coração bate por mim naquele momento e tanto você como eu sentimos uma explosão de sentimentos, nossas energias se fundindo, nossos laços cada vez mais fortes você me lembra o oceano, eu me perco em você, eu preciso respirar, a gente sobe à tona e se encontra na superfície, eu quero dizer muita coisa mas é meu jeito simples: eu te amo.



"É na soma do seu olhar
Que eu vou me conhecer inteiro
Se nasci pra enfrentar o mar
Ou faroleiro" - Chico Buarque

quarta-feira, maio 06, 2009

In-mundo

E aquele sorriso pueril
Estampado sempre no rosto?
 O mundo apagou.
E aquela beleza hormonal
Efervescente e transbordante
Rejuvenecedora e ofuscante?
 O mundo apagou.
E aquela alegria vibrante
Expurgante, contagiante?
A vivacidade, a esperança
A confiança na mudança?
 O mundo apagou.

Aos poucos
Aos montes
Nem nos montes se esconde
A desesperança
A morte no semblante,
Desmotivação constante,
A impotência intolerante
Diante do gigante.
A tristeza lacrimejante
Tortura que apara
Dispara
Apaga 

O mundo apagou meu mundo
Num sopro lancinante
Inclemente
E a morte, a única verdade indiscutível,
É a certeza do que é incerto.
Desconhecido
O abismo:





In-mundo.

terça-feira, março 24, 2009

Sinto muito se sinto muito
Mas o que sinto é tão profundo
Que mesmo assim difuso
Não se deve manter oculto

domingo, outubro 26, 2008

Divagação

Procuro a palavra certa,
Que exprima o que reprimo,
Não sei se verbo ou substantivo.

Essa confusão sentimental
Me atormenta, até onde chega
Minha paciência, o quão (in)finito é
Esse amor.

Adorável, adorável!
Perturba meus sentidos,
Nina meus tímpanos,
Habita meu íntimo,
Muda meu ritmo.

Pra quê negar?
Que medo é esse, de amar...
Posso ouvir o que dizes
Quando te pões a calar.
Sob teu olhar decifro
O que insistes em adiar.

Confinamento - só lamento
Constrangimento - seu tempo
Comprometimento - me abstenho
Lento - teu predicado, um adjetivo.
Nem verbo, nem substantivo.

sexta-feira, julho 25, 2008

Eu sou dragão

Carrego um dragão furioso dentro de mim.
Faminto, Insaciável.
Seus gritos sufocantes ecoam dentro do meu peito.
Meus dentes se comprimem, fazendo trepidar meu maxilar, alucinados diante de tanta ferocidade.
Eu quero rasgar, quebrar, estilhaçar essa capa envolvente.
Estou louco pra voar, soprar fogo por aí.
Preciso me desprender dessas correntes!!
Sinto que há vendas que me impedem de buscar uma direção pra fugir.
Não sei o que fazer com tanta força.
Me sinto incapaz de usá-la. Encurralada.
Cada vez que inflo os pulmões, sinto o cheiro de carniça. E quanto mais podre e fétido é, mais vigor ganho, mais forte me sinto, mais energizada fico.
A sensação de impotência me fortalece.
Solidifica minha condição, enaltece minha missão.
Eu sou dragão ancorado nas profundezas.
Mas enquanto eu ouvir a canção que rege meu coração, esse dragão, vou continuar buscando sair desta prisão.