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domingo, fevereiro 07, 2010

Our precious


Da série: livros que marcaram.


“Manu olhou Mestre Hora cheia de admiração e disse baixinho:
- É o senhor mesmo quem faz o Tempo?
- Não, menina, eu sou apenas o distribuidor; meu dever é dar a cada ser humano o tempo que lhe é consignado.
- E o senhor não pode arranjar facilmente um jeito para que esses ladrões não possam mais roubar o tempo das pessoas? – perguntou Manu.
- Não; as pessoas têm de decidir elas mesmas quanto ao uso que fazem do seu tempo. E devem também ter cuidado com ele. Só o que me cabe fazer é reparti-lo.
Manu lançou um olhar à sua volta e perguntou:
- É por isso que o senhor tem tantos relógios? Um para cada pessoa?
- Não, Manu. Esses relógios são apenas meu prazer – minha distração predileta – são simplesmente uma cópia muito imperfeita de algo que cada um tem no seu próprio coração. Assim como você tem olhos para ver a luz, ouvidos para escutar os sons, tem também um coração para entender o Tempo. E todo o tempo que não é apreendido pelo coração é tão desperdiçado como seriam as cores do arco-íris para um cego ou o canto da cotovia para um surdo.
- Que acontecerá quando meu coração parar de bater? – perguntou Manu
- Então, o tempo terá terminado para você. Ou pode-se também dizer que você mesma é que voltará através do tempo, através de todos os seus dias e noites, meses e anos: voltará através de toda a sua vida, até chegar à grande porta semicircular de prata, por onde no princípio você entrou e pela qual saíra de novo. (...)”


Recomendo fortemente esse livro. É de uma delicadeza a forma como Michael Ende trata questões tão complexas de explicar, como o tempo, a sociedade, a amizade (as relações em geral)... chega a ser filosófico. Muito mais do que "Alice..."!
Meu pai leu esse livro para mim quando eu ainda tinha dentes de leite. A história e todas as informações encrustadas através das metáforas e personagens, mais do que marcantes, foram digeridas e absorvidas por mim.
As novas edições mudaram o título para Momo e o senhor do tempo. Eu ainda prefiro "Manu, a menina que sabia ouvir" porque... bom, não quero estragar e contar tudo antes. Mas é preciso saber ouvir.


- Manu, a menina que sabia ouvir. ENDE, Michael.

Ilustração: Rui de Oliveira

segunda-feira, dezembro 28, 2009

Onde você quer chegar?

“ -Você poderia me dizer, por favor, qual o caminho para sair daqui?
- Depende muito de onde você quer chegar, disse o Gato.
- Não me importa muito onde... – foi dizendo Alice.
- Nesse caso não faz diferença por qual caminho você vá, disse o Gato.
- ...desde que eu chegue a algum lugar, acrescentou Alice, explicando.
- Oh, esteja certa de que isso ocorrerá, falou o Gato, desde que você caminhe o bastante.”


Para bom entendedor, uma metáfora basta.
Viver no mundo das maravilhas non-sense é alucinante em sonhos... Na vida real a coisa é séria. Nesta virada de década, vou definir qual caminho seguir. Porque a vida de adulto pede um caminho determinado....
Desculpe, Alice, mas vai ter que correr sozinha atrás do coelho...