Mostrando postagens com marcador mudança. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador mudança. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, dezembro 28, 2009

Onde você quer chegar?

“ -Você poderia me dizer, por favor, qual o caminho para sair daqui?
- Depende muito de onde você quer chegar, disse o Gato.
- Não me importa muito onde... – foi dizendo Alice.
- Nesse caso não faz diferença por qual caminho você vá, disse o Gato.
- ...desde que eu chegue a algum lugar, acrescentou Alice, explicando.
- Oh, esteja certa de que isso ocorrerá, falou o Gato, desde que você caminhe o bastante.”


Para bom entendedor, uma metáfora basta.
Viver no mundo das maravilhas non-sense é alucinante em sonhos... Na vida real a coisa é séria. Nesta virada de década, vou definir qual caminho seguir. Porque a vida de adulto pede um caminho determinado....
Desculpe, Alice, mas vai ter que correr sozinha atrás do coelho...

quarta-feira, agosto 19, 2009

Quem?

- É ele – apontou a recepcionista para o rapaz que acabara de iluminar a sala, deixando os feixes de luz invadirem o ambiente.

Não era preciso dizer. Ela sabia. Antes mesmo de ouvir o aviso, os olhos se encontraram e encararam durante segundos espaçados. Um olhar penetrável, o qual aqueles poucos segundos foram suficientes para deixá-los constrangidos, se desviarem, para em seguida se cumprimentarem: sorriram. Sinceramente.
Mesmo não sendo um dia para sorrisos, aquele olhar a atingiu profundamente e, por causa dessa força, foi capaz de fazer seus dentes respirarem - impossível não retribuir.

Lutava para se manter serena, aparentar boa disposição. Porque sua vontade era não estar lá. Nem em lugar nenhum. Queria desaparecer. Ou melhor: fazer com que a dor desaparecesse...
Aquela estava sendo sua pior semana do ano. Mas ninguém tinha nada a ver com isso. A culpa era inteiramente dela, que se submeteu a tantas flechadas sem a menor proteção, nenhum colete ou escudo qualquer. Foi golpeada, esbofeteada. E para aumentar sua cólica, estava atrasada. Justo ela que preza pela pontualidade, abomina ter que esperar. Era uma verdadeira violência contra si própria.

Chorar. Sumir. Fugir. O que é que estava fazendo ali?

Tudo isso era visível nela. Estava impregnado, não havia como esconder ou maquiar. Não carecia fazer perguntas para descobrir. Nem parecia conveniente. Quando as pessoas estão mal, até palavras de apoio doem. Porque aceitar a verdade é deveras acetoso.



Palavras, palavras, palavras.
Não era capaz de formular uma combinação coerente. Palavras desconexas flutuavam dentro da sua cabeça de coração partido, num balanço descompassado. A pancada foi forte.

Quando começou a dizer coisas óbvias: “você tem que se preparar”, “praticar algum esporte”, não sabia se ria ou chorava. Tudo aquilo era tão certo pra ela. Mas o desgaste emocional e psicológico da noite anterior havia afetado-a demais. O chão se esmiuçou, estava entre escombros, se segurando nas beiradas pra não cair de vez.

Chorar. Sumir. Fugir. O que é que eu tô fazendo aqui? Se perguntou mais uma vez. E quanto mais ele falava, menos queria escutar, e mais gostava. Dele. E de si. Porque percebeu nele o reflexo de si mesma, se enxergava dizendo aquele sermão.

Lembrou do amor construído destruído, do dia que sentenciou “perdi o homem da minha vida”. Mas agora a certeza se dissolveu e reproduziu dúvidas. Certeza mesmo, só lhe restava uma: a de ir embora.
Como se espantasse insetos incômodos, afastava os pensamentos e tentava se concentrar no que sentia. Pois diante de si, sentia uma energia extraordinária, via um ser maravilhoso.
Que(m) seria (ele)?

quarta-feira, abril 15, 2009

Muda

Então é isso, parece (e é) controverso mas quem me conhece sabe que não ostento esse estereótipo de surfistona ou maria-parafina. Apesar de trabalhar na área.


É complicado essa imagem, a ideia de surfista. Logo se imagina uma pessoa loira, sarada, bronzeada e burra (já que fica o dia inteiro na praia e só pensa em swell/vala/as gostosas/prancha/panos/uhul/demorou/éissoaí/vamoaê/énóis/4:20!). Moro na cidade cinzenta, trancanda num escritório e, por isso, meu bronze é de planilha. Sem contar que não fico o dia inteiro na academia exercitando os músculos glúteos.


Pra mim o surf sempre se resumiu à energia do mar e a questão da superação de mim mesma. Porque eu sempre temi o poder do oceano. Então, o esporte foi um meio para enfrentar o que, na verdade, é um baita trabalho psicológico.

Mas a vida me ensinou que não é só no mar, com uma prancha em volta dos braços e uma cordinha presa ao calcanhar que eu passo por perrengues e quase afogamentos. A vida é um mar de relações, oportunidades, sensações, pensamentos, ideias e vem tudo junto, num tremendo caldo. Tem que ser dusurf, porque se vacilar, roda e afoga.


Essa metáfora que eu faço é linda, mas poucas pessoas são capazes de entender. Eu cansei. Cansei de ter que me explicar, cansei de ter que me preocupar com o que o outro acha ou deixa de achar sobre o que eu sou, faço, penso. A minha paixão e vontade de sentir a potência que vem lá das profundezas (tanto do oceano como do ser humano) não vai deixar de existir em mim.
O problema é que chega uma hora que a gente sente a necessidade de mudar. E é isso. Quem acompanha o blog há mais tempo pode perceber que eu mesma mudei muito. O teor das postagens, as pautas, abordagens... acontece naturalmente.

Pra você que me entende (ou que faz um esforço) eu convido a visitar e frequentar a nova casa. Porque é assim, como os amigos sorridentes da foto aí em cima, satisfeitos por terem se superado mais um dia e prontos pra outra, que eu me sinto.



P.S.: Peço a todos os amigos e amigas que façam a gentileza de mudar o link na lista do blogroll. (: