segunda-feira, fevereiro 23, 2009

Alegria, alegria

Sabe aqueles dias que você acorda - sem saber porque - bem-disposta? Um dia em que você sente que nada será capaz de te deixar de mau-humor; no qual você dribla todos os pequenos problemas com uma tranquilidade faceira? Aquele dia que você se sente tão satisfeita consigo mesma que fica o dia inteiro com um sorriso largo, sincero, estampado no rosto; sente vontade de cantar alto e abraçar os transeuntes enquanto caminha na rua?

Aquele dia em que tudo dá certo. Tudo que lhe é mais importante. O seu ônibus chega exatamente no momento em que você pisou no ponto. O dinheiro do bilhete único se esgota justamente completando uma passagem... Um dia ordinário como outro qualquer, mas que, diferente dos outros, você está extraordinário.

É o típico dia para conhecer (ou perceber) figuras únicas. Como aquele senhor japonês que leva consigo, no bolso da calça, insetos de plástico e brinca com as pessoas no metrô, conseguindo arrancar-lhes um sorriso. Além de ser uma exceção (alguém conhece um japonês extrovertido?) do comportamento tradicional oriental (reservado), o Seu Japa dos Insetos conseguiu quebrar o ritmo paranóico do trabalhor paulistano, integrando e mostrando às pessoas sistematicamente acostumadas a pensar apenas em garantir um espaço em meio à muvuca que, sim, nós sabemos e podemos rir. Mostra que a alegria não tem cor, não tem diferenças étnicas. E nos faz mais humanos - em tempos tão tecnológicos.

Esse tipo de alegria é difícil até de entender. Como estar tão feliz sem ter um motivo aparente? Que bobo, não? Não, é fantástico! A constatação de que não há um fato que casou esse estado de espírito só aumenta ainda mais essa alegria: estou feliz porque me sinto feliz! E o melhor de tudo: consigo deixar o dia das outras pessoas mais colorido, da mesma forma que o Seu Japa dos Insetos contagiou as pessoas daquele vagão.

Tentar explicar é desnecessário e ofuscante. É como discutir a beleza de um pôr-do-sol e perder o foco de tudo: a apreciação do momento. Afinal, que diferença vai fazer, no que mais poderá melhorar o seu dia se você descobrir o motivo que te faz bem? Apenas celebre. Deguste a sensação como se estivesse saboreando um doce e exerça a memória para lembrar de todos os gostos, para que numa próxima oportunidade a gente possa reconhecer todo o sabor.



* Dedico este post às minhas amigas - e também blogueiras - que dividiam a mesma felicidade que eu naquela quinta-feira: Lidia, que conseguiu um emprego bacanudo; à Aninha, que só não está empregada porque não procurou ainda (FATO!) e à Gil e Leilão, que vão me levar pra conhecer o lado poesia do Rio, semana que vem! :DDD

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